sábado, 29 de novembro de 2008

moments with oliver

All these moments with Oliver have made me realize lots of new things. You brought Oliver to me, you showed me him there, starring back in the mirror. I never thought we were so alike. I fed him every time you left me alone. I was a loner, Oliver was a loner just like me, so we made each other company.

He was the only one who heard me when I talked. He hated when I was sober, so I was never sober. I drank a glass of rum every time I was left without an answer. I liked to mix things, so I drank other stuff as well. Oliver drank a lot to. He was a good friend, always shared some sympathy, but we were still two loners.

He was for me an ear, just one, instead of two. With Oliver there was never out the other, he always listened, and he answered back. He made me realize all those things about you I never thought before, I thought so many things.

So we made a plan, and Oliver made me jump. You didn't catch me, so I failed and kept falling - sitting on my lap while I was falling, drinking wine and playing cards while I was falling, crying out my heart while I was falling, smoking cigarettes and reading books while I was falling… You see, I was falling alone, Oliver left me.

He couldn’t fall. He was already down and I was going to meet him, somewhere among the darkness, between the trees I wouldn’t see, where the wolfs cry to the moon, where I wouldn’t see the lights, in the point of no return.

Oliver would have to wait, because I wasn’t going to meet him, not just yet.

I couldn't keep on falling anymore, so I caught the elevator. Of course he was mad, he misses me. He still visits thought, but now I’m sober, so he doesn't stay long.




If I miss Oliver? Only when I’m feeling alone.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

É, eu sumi, mas sumir foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. Digo... parar de escrever aqui. Não pelo fato de parar de escrever, não é bom para de escrever, mas pelo fato de finalmente eu estar dando prioridade ao que é primordial, e não a magoinhas do passado. Pois é, eu acho que finalmente deixei de caminhar olhando para trás e finalmente investi no futuro.

Hoje eu acordei as 7 da manha, caminhei do arpoador ao fim do leblon e voltei, tomei uma água de coco, e parei pra pensar que tudo é questão de pontos de vista. Esse ano todo, em meio a todos os problemas eu sempre tive a orla a minha disposição, e seria melhor ter indo caminhar no calçadão do que ficar aqui reclamando da vida, mas chega de falar do que deveria ter sido.

Hoje eu feliz.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

a gente acha que as coisas nunca mudam; o Brasil não vai pra frente, as pessoas continuam as mesmas, e a dona Maria sempre vai estar acenando da janela da frente.

mas o tempo, que é traiçoeiro, faz-se tartaruga nos segundos, lebre nos dias e bum - passam-se os anos e o tempo já não é o mesmo quando se olha para trás.

o Brasil parece correr mais depressa, as pessoas são outras (em todos os sentidos) e embora a dona Maria continue acenando da janela, você já não está mais lá pra ver.

o tempo passa e vai com ele o seu cheiro - mudam-se até as coisas imutáveis.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

em dias como hoje, dá um nó na garganta, as coisas aqui dentro dão um rebuliço como se fossem sair pra fora, e uma ansiedade, sabe se lá porque toma conta de mim.

na maior parte do tempo eu me sinto gordo, feio, perdido entre as incertezas do futuro e os objetivos indefinidos. eu tenho 22 anos, como meu irmão fez questão de lembrar, quase 30, e continuo dependendo da minha mãe, ando para trás a nível de maturidade, e cutivo relações falídas. vivo a beira de um ataque de nervos, tenho preguiça das pessoas, vicio em músicas depressivas, faço chantagens emocionais, passo noites em claro, durmo excessivamente, tenho acessos de raiva, auto-depreciação, carência afetiva, e o tédio.

Ah, meu peixe morreu.

domingo, 21 de setembro de 2008

trechos de uma carta...

"A quem possa interessar: Grande parte do que possuía foi vendida ou doada. O que resta, é minha vontade que seja entregue ao meu amigo João; o qual poderá dar a meus pertences o destino que lhe aprouver. Nada deverá ser entregue a qualquer parente meu.

Quanto aos meus restos mortais, suplico encarecidamente; não o torturem com choros, rezas ou velas. É apenas a minha matéria e imploro que a deixem degradando-se em paz. A putrefação não é degradante. Se a humanidade permitisse que a natureza tomasse o seu curso, seria o renascimento da matéria. Eu renasceria no vento que passa a murmurar, nas folhas que farfalham, no solo que abriga e alimenta milhares de seres vivos, na água que corre para o mar nas chuvas que regam os campos, no orvalho que cintila ao luar, nas grandes árvores que abrigam ninhos de passarinhos e que vergam a passagem dos ventos fortes, nos pequenos arbustos que escondem a caça do caçador... Céus! Eu me vingaria se apenas uma de minhas partículas participasse do desabrochar de uma flor ou do canto de um pássaro.

Romântico? Não! Foi o mundo, minha família, meu educador mas principalmente... foi o seio que aconchegou a criança que vinha lhe contar as suas tristezas, máguas, alegrias, pensamentos, e seus desejos íntimos... suas esperanças. A criança crescida quer voltar para lhe contar seus sofrimentos, desilusões, a morte de suas esperanças... para encontrar novamente o aconchego onde poderá descansar sua cabeça cansada e abatida e onde poderá, enfim, chorar as suas lágrimas que não encontram onde chorar. Volto derrotada porque não fui capaz de viver. Trabalhar e estudar não foram suficientes para mim. E foi tudo o que me restou. Prefiro morrer do que viver com a morte dentro de mim. Perdoem-me ..."

mulher asiática, de 27 anos que se matou com um tiro e deixou apenas essa carta manuscrita.

é bonito.

sábado, 20 de setembro de 2008

Eu podia ser como as outras pessoas entediadas que usam blogs e etc para falar mal dos outros. Não que eu não me divirta lendo e fazendo isso, eu até gosto bastante, mas acho que não tenho talento o suficiente. Talvez por isso o meu blog exista por um simples motivo e impulso monotemático; autodepreciação e lamentações do tipo - tô gordo e entediado/preciso ganhar dinheiro e não depender dos meus pais/não sei o que fazer da minha vida - e isso não é legal. As vezes eu sou bem injusto e esqueço de pensar no lado bom das coisas, então, como um processo terapêutico meio fuleiro, hoje eu vou falar das coisas positivas;

Minha família tá bem, eu estudo numa boa universidade, moro na zona sul e compro no zona sul (quem conhece sane que não é barato), vou para o cinema e como fora mais de uma vez por semana, alugo filmes, tenho banda larga e um peixe superdotado, não vivo apertado, já viajei (e quero viajar) bastante, sei mais de 2 idiomas, fui no show do muse esse ano e ainda vou no da madonna, tenho ótimos amigos cá e lá, meu nível de feiura não é dos piores, e quando as coisas ainda assim parecem estar marromenos, o cristo redentor está lá fora de braços abertos pra me confortar.

Tudo bem, ele pode não girar 360º, mas ainda assim é legal.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

proferidos

hoje vim aqui falar sobre o título do meu blog, proferidos, ou melhor - pro-feridos.

Acho que todo dia alguem sai ferido por alguem em algum lugar e não é fácil levantar o rosto continuar a vida, deixar certas coisas e pessoas importantes no passado, não olhar pra trás... eu podia dizer que é nossa obrigação fazer isso, mas eu ainda não aprendi como. Não há como não lembrar, um cheiro, uma música, as vezes a saudade aperta e isso não é algo que dá pra controlar, simplesmente acontece, como respirar. Não dá pra controlar o que se pensa... pelo menos eu não sei como. Fingir que alguem não existe, tentar se ocupar com alguma coisa, te xingar pra me convencer do contrário, por aí vai - o pior é tentar acreditar que vc não presta, porque eu conheço você e eu sei que não é verdade, então não tem motivos. A verdade é que vc é ótima, digna de toda a minha admiração e eu devo ser mesmo uma pessoa muito ruim para você não me querer por perto.

Eu odeio não odiar vc, odeio amar amar vc, odeio não conseguir esquecer, odeio pensar que nossa amizade é grande o suficiente para não me fazer desistir, odeio todo esse clichê (porque vc merece mais que isso), odeio proferir isso aqui, odeio que vc não vá ler isso e sobretudo - odeio que você não se importe.

eu odeio muitas coisas, mas eu ainda amo vc.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Ontem, na minha aula de poéticas, eu aprendi algo, que devido aos meus longos três meses aprendendo japonês, já não era exatamente novidade, mas era algo que sempre vale a pena refletir;
O ideograma chinês para crise é representado por dois kanjis, um representa perigo, e o outro oportunidade. O que quero dizer, é que momentos de crise são necessários. Sem eles estaríamos fadados a uma vida destituída de todos os sentimentos que nos caracterizam como seres humanos, ou seja, errantes.
Ninguem é perfeito e errar é inevitável, o que nos diferencia é capacidade de assumir e aprender com nossos erros.
Logo, em um momento de crise estamos no meio de uma gangorra, em um dos lados está o perigo, e no outro está a oportunidade, no meio, onde tentamos a todo custo não cair e nos manter equilibrados, os dois sentimentos convivem numa guerra.
A vida é assim, não há perdas sem ganhos, ganhos sem perdas - não há oportunidade sem o risco, e não há risco sem oportunidade, e as vezes para viver, temos que morrer um pouquinho. É nosso dever, em respeito a nós mesmos, descobrir em que lado o perigo e oportunidade estão e que lado nós vamos pender.
Eu não sou dono da razão, nem tenho muita certeza das coisas, mas for now, that's what I choose to believe.

sábado, 26 de julho de 2008

Hoje assitindo o último episódio da segunda temporada de sex and the city, eu comecei, como sempre, a fazer as associações com os acontecimentos traumáticos que constituem a minha vida, para perceber - nadadenovo, apenas constatar que eu realmente nunca consegui superar tantas coisas e pessoas que aconteceram na minha vida.

eu não consigo superar nada, as mágoas vivem dentro de mim simplesmente because i can't let go. Eu não sei deixar as pessoas irem, os sentimentos morrerem, e aí eu vou vivendo das memórias do passado, morrendo de saudades, vivendo do eco do amor que as pessoas sentiam por mim e não sentem mais, and that i don't get, i can't accept.

Eu não entendo porque as pessoas deixaram de se importar se eu dei tudo de mim, da maneira mais sincera possível com a melhor das intenções. Talvez eu seja mesmo uma pessoa muito difícil de domar e de conviver, maybe I'm not that lovable, but I still feel betrayed for loving someone who has left me and keeping the love after we're apart.

The thing is - to get over someone means putting them behind, somewhere between a lost file, or a jpg. picture saved in a old scretched out cd. It means letting them die inside of you - and I'm really not sure what hurts more; the emptyness of not loving someone anymore, or the ressentiment for not getting over them after they're gone.

well, fuck them - and i wish i really meant it.

Eu acho que eu seria uma ótima fonte de renda para um psicólogo (se eu acreditasse em terapia).

quinta-feira, 24 de julho de 2008

the real you.

faz um tempo que ando perdido pelo mundo, perdido dos amigos, nas e das adjacências da minha vida, perdido em pensamento, perdido de mim mesmo. É tão difícil escrever as coisas e sacramentar pensamentos em verdades absolutas, em idéias concretas, quando eu me sinto tão mutável, tão... pointless. É complicado demais explicar isso tudo, fazer sentido, soar genial de alguma maneira, escrever, escrever bem, é tudo tão boçal, tão instantâneo, tão ingênuo. What are we near the whole universe? Ao mesmo tempo somos tão maiores que esse vasto universo ao pensar que há dentro de nós uma infinidade de mistérios indecifráveis. What the fuck. Eu sei cada vez menos about everything, about me and what I just wrote, it's all bullshit.

Eu sempre penso em sumir - sumir no mundo, deixar uma parte de mim em cada lugar, espalhar minhas cinzas, ver as ondas apagarem meus passos da areia... We are all erased once in while.



eu me pergunto até que ponto eu me exclui do mundo se não exclui o mundo de mim.

this is bullshit, i look in the mirror and i wonder... where have i gove?

domingo, 13 de julho de 2008


Então... agora tenho um mascote, para os dias solitários. Esse é o sushi, meu mais novo peixinho dourado num aquário redondo.
Não é deprimente pensar que ele só lembra de mim a cada 3 segundos?
Mas por outro lado, não é extremamente excitante pensar que a cada três segundos ele conhece uma pessoa nova, a ponto de nunca conseguir chegar ao ponto de me achar uma pessoa extremamente enfadonha?
Enfim, não é um labrador que eu posso passear, pegar e abraçar a la felícia, mas ainda assim é bom saber que alguem precisa de mim.

terça-feira, 8 de julho de 2008

filosofia de spam

"não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam."

"não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,o mundo não pára para que você o conserte."

ah shakespeare, você pode nem ter sonhado em escrever isso, mas sou obrigado a concordar.

sábado, 5 de julho de 2008

Ele era um garoto diferente dos outros. Bem, talvez nem tanto, visto que de tão diferentes, todos são iguais, mas assim ele se sentia. Dentro de si, seu coração batia num compasso diferente do mundo, não havia sintonia, o que tornava sua existência uma estranha canção, sem letra e nem refrão, embora muitas vezes suas notas emperrassem num do-do-do re mi fa so. Na verdade, sua canção era tão estranha, que no meio de sua melodia, se assim pode-se chamar, apareciam bis, was, rf, dfth, às vezes até palavras inteiras acompanhadas (ou não) de seus sentidos, às vezes letrinhas embaralhadas, que não formavam sentido algum. Às vezes sua música era tocada em silêncio, na maior parte em sons. De qualquer maneira ele olhava o mundo como se viesse de fora, de algum lugar... indefinido, e ele gostava que fosse assim, esse mistério fazia tudo parecer bem menos enfadonho do que na verdade era. E era muito, muito enfadonho viver tentando entrar no compasso da vida, no compasso dos outros, então ele teivama em dançar no seu e às vezes, só as vezes, conseguia entoar belas canções.

not much of a secret...

... but it's a shame to admit it.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Most of her friends are still the same, I'm the one she left behind.

terça-feira, 1 de julho de 2008

today i went out.

foi tão bom caminhar só pela avenida atlântica, pensando que minha vida se esvaia dentro da difusão das brumas místicas de copacabana. A maresia subia de forma quase que divina, para ativar a sinestesia e modificar as formas e cores das coisas. Eu gosto da noite, gosto de olhar as luzes dos semáforos, dos carros ligando suas setas, e a iluminação sépia dos postes que se concentram como uma aura perto de suas lampadas e vão se diluindo, diminuido de intensidade até se fundirem com o esboço das estrelas, que somem na rubridez da cidade. As pessoas caminham e as sombras que fazem umas nas outras, ao cruzarem postes, compoem um pisca pisca humano quase que imperceptível. Talvez a vida seja assim, compostas por vagalumes ambulantes, sempre oscilando altos e baixos, na dúvida se possuem mesmo uma luz própria.

partilhando dessa dúvida, imagino porque não brilhamos para sempre até nos dissolvermos em um turbilhão de luz, uma explosão de supernova, porque não somos divididos em mil pedaços no céu na condição de apenas


desvanecer.

domingo, 29 de junho de 2008

who the fuck reads me?

people read you when they see there's something interesting.

tá, nem eu, lately, tenho visto nada de muito interessante em mim, alías, talvez sim, já que nos dias de hoje, em que problemas de amy winehouse e britney spears tem direito a espaço em todo tipo de mídia, eu deveria ser sinônimo, não de sucesso, mas de ibope.

Não é o meu caso, antes de me entregar as pílulas anti-depressivas, crises emocionais, surtos constantes seguidos de porrada e choro e bebidas direto no gargalo, eu me excluí do mundo. Deletei semi-conhecidos do orkut (isso é representacional ok?), deixei de procurar amigos, dar notícias, me entreguei ao mundo mágico da nutella (minha nova best friend), e me tranquei dentro de casa.

Não há paparazzos na minha porta para clicar meus momentos decadentes, e o máximo de importância que alguem me dá is an ex-lover, que diz por aí que virei michê.


The problem is, I can't see myself in a mirror out of the spotlight.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Tanta coisa aconteceu nesse interim de tempo que não escrevo aqui, que fica difícil resumir, resumir seria até um insulto aos acontecidos. There's so much feeling going on in a second we're not even aware. Eu seria incapaz de descrevê-los.

Anyways, hoje o fim de dia foi de um clichê terrível, para curar a tristeza, ou me enfiar de vez nela, vivi a noite depressiva perfeita.

Estava frio, uns 16 graus, acredito, enfim... Coloquei uma blusa tamanho XXL de algodão rasgada, coloquei spotless mind no dvd player, e acabei com um pote de nutella em meio a eventuais lágrimas.

Me senti incrivelmente parecido com a Clementine, mas acho que interiorizo tantas coisas como o Joel... de qualquer maneira, estava enrolado num cobertor xadrez de lã.

Sei lá, eu gosto mesmo é de sentir frio, apenas para poder me esquentar.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Strobe lights and blown speakers
Fireworks and hurricanes
I'm not here

This isn't happening
I'm not here

sábado, 17 de maio de 2008

o suplício.

Às vezes tenho medo de falar por não saber o que dizer.

Há sentimentos que não sei como dar vazão, como reprensentar, talvez meu vocabulário não seja tão vasto quanto essa complexidade angustiante. Odeio até escrevar essas palavras que definem minha indefinição. Odeio mais ainda ficar calado, guardar esses sentimentos velados dentro de mim. Eu queria escrever aqui os suplícios de amor, as penas condenadas, as tristesas e os abandonos, queria explicar cada lágrima, cada grito, silêncio, eu até tentaria, como já tentei, como tento, em vão.

Odeio as aulas cheia de estudantes intelectualizando e recionalizando os sentimentos de Medéia, a busca de Édipo. Odeio que exista a figura de um professor corrigindo a visão dos outros, dizendo o que é certo ou errado. Odeio essa análise que as pessoas fazem das almas uma das outras e as define, julgam-se donos da profundidade dos outros, das suas próprias. Odeio a auto-definição, como se qualquer um se conhecesse por inteiro. E eu sei que são necessários sentimentos escritos em palavras e um dicionário para tornar tudo aparentente mais fácil.


Hoje eu quero me perder e me achar em você.

(e foda-se a coerência.)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

nada de novo

Hoje me sinto levemente mais calmo. Por mim, preciso aos pouquinhos organizar minhas coisas; a bagunça do quarto, os trabalhos atrasados, as leituras incompletas... e principalmente organizar meu coração, meus sentimentos, minha paciência, etc. Pode parecer piegas, como quase tudo que eu escrevo, mas acho que na vida é assim mesmo, tudo é um pouco de clichê visto sob diversos pontos de vistas tentando sentir diferente, e eu me pergunto, com tantos sentimentos semelhantes pelo mundo, como é que podemos nos sentir tão sós?

domingo, 11 de maio de 2008

cantando na chuva.

Hoje é um daqueles dias que preciso assistir um musical dos anos 40, de preferência com a Judy Garland, Audrey Hepburn ou a divertida Marylin Monroe. Hoje eu preciso sentar num sofá, enrolado num cobertor, bebendo coca-cola, comendo chocolates, e cantando na frente da tv, dançando como se minha vida fosse tão simples e poética quanto as doces músicas da broadway.

Hoje é um daqueles dias em que eu assistiria todos os desenhos do Mickey, Donald e Pateta, em especial o episódio em que eles viajam de trailer - meu favorito de todos -, ou o da foquinha que irrita o Pluto. Hoje eu cantaria todas as canções de desenho animados e sonharia com histórias fabulosas de principe encantados, como se eu fosse o protagonista de uma grande história. Hoje eu assistiria o Kevin gritar com a ardência do perfume no rosto pela miléssima vez, e sonharia em me perder em Nova Iorque - com um cartão de créditos, é claro.

Hoje eu pegaria o bonde de Santa Teresa cantando "The Trolley Song", sopraria bolhas de sabão na jaqueira, e comeria um churro de doce de leite. Viajaria num navio pirata com os goonies, lutaria com mil bonecos de massa, procuraria cartas clow, veria ETs invadirem a terra, lutaria com um sabre de luz, criaria castelos de lego, entraria numa mansão mal assombrada, correria com meu cachorro, desvendaria a pergunta secreta do castelo para brincar com o Nino, torceria para o Doug beijar a Patty Maionesse e leria o prisioneiro deAzkaban.

Hoje seria natal, minha família e amigos estariam todos reunidos e não haveria despedidas, nem amanhã para destruir meu final feliz.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

you son of a bitch!

"Where is this love? I can't see it, I can't touch it. I can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but I can't do anything with your easy words."
"I can't forgive you for giving up on me, on us, for believing in the stupid promises you could't keep. I hope you have learned not to promise what you can't give... What you're doing, I could have done it myself so many times, but you made me believe it was worth trying when I didn`t believe, and now you don't, now you don't love me you just don't care, you went away, but I had to take the decision for you... and I can't believe I ever trusted all your fucking lies"

Dan: And you left him, just like that?
Alice: It's the only way to leave. "I don't love you anymore. Goodbye."
Dan: Supposing you do still love them?
Alice: You don't leave.
Dan: You've never left someone you still love?
Alice: Nope.
.
.
Alice: How? How does it work? How do you do this to someone?
Alice: Why isn't love enough?

Dan: It's not safe out there.
Alice: Oh, and it's safe in here?

Dan: I hate that I'm hurting you.
Alice: Then why are you?

Alice: You still fancy me?
Dan: ...Of course.
Alice: You're lying. I've been you.

terça-feira, 6 de maio de 2008

represa


A chuva cai na cidade fria lavando a sujeira, destruindo barragens...

Nas ruas, as pessoas apressadas, escondem-se embaixo de seus casacos e guarda-chuvas. Em sua intermintencia, o céu permance cinza, meus olhos continuam nublados, esperando a próxima trovoada, pra tempestade cair.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

ligações perdidas

Tento te alcançar através dos números que digito insistentemente, espero o telefone tocar até a mensagem feminina pedir desculpas pela sua ausência, ligo novamente, a mensagem é a mesma, mas a voz me parece cada vez mais constragida ao perceber minha decepção. Espero algumas horas, insistência novamente, você derruba a ligação, ligo uma, duas, três vezes... no seu visor somam inúmeras ligações perdidas, perdidas como nós.

jogado ao acaso.

Ontem foi um dia potencialmente divertido, fazia 19 graus, o suficiente nessa cidade infernal, para chamar de frio e sair por aí com meu pullover escoces e ipod no ouvido. Fui sozinho em busca de uma loja em queima de estoque e comprei quatro cds pelo preço de um (want two, ta-dah, are you listening, e she wants revenge por 37,70 R$) . Saí depois, semsucesso, em busca de cartas a um jovem poeta de Rilke, que tenho procurado a semanas e de fato não é fácil de achar (nessas horas realmente sinto falta da livraria cultura). Para não me prender as músicas melancólicas do Damien Rice que tanto me ilustram, coloquei no shuttle e em vez disso ouvi Madeleine Peyroux e Shakira, que sempre me animam.

Pensei em ir ao cinema assistir sozinho apenas uma vez, mas preferi, apenas uma vez (e isso é uma mentira) tentar em vão mais uma vez.


mas tudo bem, acabei a noite lendo Caio Fernando Abreu e completando assim, meu ciclo cult de solidão.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

o descaso.


"I'll dream alone without you
I'll dream alone if I must
because I guess our little castle
in the sky just turned to dust
So I'll dream alone that's showbiz"




Eu tenho, as duras penas, reaprendido a ser só. Me levo para passear, me faço companhia, até arrisco me dar conselhos e pedir calma de vez em quando, é bom pra lembrar que quando eu quero e eu me ouço, eu consigo ser de fato meu melhor amigo e um bom conselheiro. É irônico que eu só recorra a mim mesmo em momentos extremos de solidão, e mais irônico ainda quando ouso dizer que meu maior medo é o de ser deixado para trás, esquecido, ficado perdido no passado das pessoas que insisto que permaneçam assombrando o meu presente e zombando da minha saudade.

É, nesses dias eu tenho chorado muito e gargalhado só, mudo de atitudes o tempo todo, parece que eu sofro algum tipo de transtorno bipolar (coisa que de certa forma sempre tive), mas é admirável pensar que quando entro em completo desespero, minha mão esquerda puxa a direita e ergue meu corpo do chão enquanto eu digo - calma amigo, você precisa se controlar e ter paciência - coisa essa que eu definitivamente não tenho, para em menos de dez minutos eu cair e me levantar de novo.

Sei que devo controlar minha impulsividade e meu desespero, mas eu tenho um orgulho velado dessa atitude que me sinto coagido a confessar aqui. É engraçado como existem mil filmes sobre pessoas como eu pelo mundo, seja Alice, Clementine, ou Holly, no final das contas nós só somos bonitinhos em filmes, atrás da tela, mas no fim das contas, as pessoas se cansam dessa alma de fênix, dessa auto-destruição que nos leva as cinzas e delas nos ergue. De modo que no final, elas vão embora e nos restam duas opções; ser deixado na poeira ou varrer o pó.




So, what's it gonna be?

quarta-feira, 23 de abril de 2008

o silêncio.

Hoje andei sem destino, até perceber que o meu destino é esse, andar sem destino. É coisa que faço desde sempre, brinco de correr riscos, cruzar becos escuros, me perder, como se de alguma forma eu fosse me achar num breu qualquer.


what should I do to show how empty I usually fell? Well, most of the times, I just shut my mouth...

segunda-feira, 21 de abril de 2008

my blueberry nights

Hoje fui ai cinema e saí com a sensação de que o filme acabou cedo. Fui rezando pro filme ser bom, o suficiente para me levar as lágrimas, me fazer chegar a uma espécie de catarse que me fizesse canalizar um monte de sentimentos indefinidos que mais me parecem irracionais, mas o coração tem razões que a própria razão desconhece, já dizia Medéia, personagem com a qual tanto simpatizo. Na minha vida vi e vivi minha mãe ser mais uma Joana do dia-a-dia, mas um pouco pior que a original, ela foi Joana daquelas, que chega ao extremo de colocar o veneno mortal na boca e vomitar logo em seguida, porque no fim do dia, ela ainda tinha dois filhos pra criar, contas a pagar, dessa vez sozinha, e uma vida pra levar. E foi assim, puxando a minha mãe, que repeti o fado de ser Joana pela metade, aquela que morre sem morrer e continua de pé, porque nada dói mais que superar. Superar requer deixar pra trás amores de amora, os mais doces sonhos e planos, emfim... se deixar pra trás. Como dizia Vinícius, o amor é a coisa mais triste quando se desfaz. Ai a gente vai levando a vida em nostalgia, em lembranças guardadas na memória, e para tudo parecer mais poético, ouvindo bossa nova.


Mas como na vida real, não tem Dr. Howard Mierzwaik, nem magia, nem carro de fogo pra apelar, dessa vez, só pra variar, eu espero que o final seja diferente, mesmo que venha a tocar o "B sides" do Damien Rice de vez em quando, espero acabar o dia ouvindo lobo bobo, canta, pede, promete tudo, até amor, e diz que fraco de lobo, é ver um chapeuzinho de maiô...

terça-feira, 8 de abril de 2008

vento no litoral

Choveu por toda a madrugada, a manhã custou a nascer, e de fato quando o dia raiou, foi como ver um tom acinzentado clarear, era outono e as folhas que ainda não tinham caído das árvores estavam cheias de pingos de orvalho. No caminho para a praia, caiam na minha cabeça as gotas que o vento derrubava dos galhos, eu não levei guarda-chuva porque saí sem medo de me molhar. Vestia uma bermuda caque e um casaco esverdeado meio musgo. Ao redor do meu pescoço, trazia um longo cachecol branco de tricô que você esqueceu, e meus pés andavam descalços, de modo que a areia da estrada molhada colava entre meus dedos dos pés. Não tinha problema, eu saí sem a intenção, mas ia lavá-los no mar.
Andei pensando naquela maldita canção que eu costumava adorar antes de não sair da minha cabeça; cantarolava "I Wonder" pela milésima vez. Era bom tirar férias da vida de vez em quando. Eu sentia alívio e mágoa de ter sido abandonado, mas depois de desidratar litros chorando o leite derramado, eu parecia bem mais sereno seco. Acho que depois que as coisas aconteceram, ví que não adiantava mais chorar, e eu até me sentia meio estúpido, meio babaca em pensar em como consigo ser absurdamente passional. Caminhei uns 200 metros quando finalmente a vista do horizonte do mar surgiu e começou a subir na minha frente, o barulho crescente das ondas trazia uma certa paz que embalava a minha solidão nos braços, me fazendo uma espécie de companhia paradoxalmente confortante.
Naquele momento meu casaco era minha maior proteção, e eu percebi porque toda vez que saía na rua tinha que levar uma mochila ou algo assim, para que me servisse de escudo no meio da multidão. De certa forma dessa maneira eu me sentia menos vulnerável. Hoje me lembro que quando menino eu dava nome de gente aos meus objetos favoritos; o ursinho de pelúcia era Zé, e o cobertor era João, o meu guardião. De qualquer maneira eu não era mais criança e recordar isso aquele dia me deixou desconfortável, era como se eu tivesse deixado cair meu casaco no chão.
Quando cheguei na praia deserta, pude ver um esboço de arco-íris se formar no céu, era pequeno e suas cores estavam meio desbotadas. Ainda assim lembrava diversos desenhos que pintei em aquarela quando pequeno. É, as memórias de infancia persistiam em aparecer, acho que talvez porque criança não precisa encarar o futuro sem sonho, sem perspectiva. Essas morreram junto com você.
Mas engana-se se achas que essa narrativa morre aqui, ela reflete o que sobrou de mim e que serventia eu poderia me dar, e embora eu tivesse todo aquele dia sem compromisso com as horas diante do mar, eu não consegui achar a resposta. Eu até me esforcei procurando sabe? Mas parece que eu me distraia com cada pássaro que cruzava o ar, ou luzes de barco que piscavam no horizonte. Novamente quando era menino, eu morria de medo que os barcos despencassem verticalmente, como numa cachoeira, mas o mundo tomou uma perspectiva muito mais interessante quanto eu aprendi que ele é redondo, e que aquele horizonte, embora parecesse um fim, era só o começo da jornada, e viajei numa de que todo fim é um começo, cada barco que chega no horizonte, ainda tem um outro horizonte para cruzar e um montão de mar pra atravessar, e eventualmente do outro lado, vai ter terra firme para ancorar.
É, eu não consegui traçar planos, nem sei muito bem que lição aprendi, mas acho que o que não adianta é parar de navegar, que nadando em frente, a gente chega em algum lugar.

terça-feira, 1 de abril de 2008

empty glass full of water

Mariana acordou aquela manhã, como em todas as outras, pensando que embora não tivesse sono, não queria levantar. Olhou fixamente o teto de seu quarto por alguns minutos, quando a claridade começou a tomar forma, suspirou fundo e finalmente fincou os pés do chão, procurando no sinteco suas sandálias de algodão. Usava uma velha camisola branca de linho com detalhes bordados nas extremidades, vinda de uma famosa loja de Paris, na época em que Paris era Paris, que ganhou na festa de seu casamento quarenta e dois anos atrás em um casarão no velho Humaitá, que vivia em suas memórias em Sépia. Era manhã de Júlio na serra, onde vivia há quase trinta anos e o frio batia na espinha, então pegou no cabideiro de magno o pullover rosa claro e salmão, bordado por ela mesma, assim como quase todos os outros tecidos da casa. Bordar era um dos passatempos que mais gostava, pois engavana as horas. Passando pela janela, caminhou até a penteadeira, pegou a escova dourada semi-enferrujada que herdou de sua falecida avó e foi aos poucos desembaraçava os longos fios loiros ondulados, que embora enbranquecidos e secos pelo tempo, continuavam belos e imponetes. A cada escovada, Mariana passava a se enxergar atenta no espelho a frente, em suas mãos manchadas com pequenas marcas do sol, saltavam grandes veias azuis. Sua pele fina e flácida, seu pescoço era longo e em sua face estavam tatuadas as marcas de expressão que esboçou durante sua vida, as rugas marcavam da boca aos cantos dos olhos, que suavemente passou a encarar. Seus olhos eram azuis, e esses ainda conservavam sua forma e cor, embora esboçassem uma friesa enigmática. Seu olhar curioso a questionava sem saber o que perguntar e do outro lado do espelho respondia sem saber o que declarar, e se olhando nos olhos não conseguiu se enxergar. Como quem insiste por uma resposta foi focando a vista em seus olhos, que perderam embaçados perderam a definição e a forma. Sentiu mergulhar e caiu com suas mãos no chão em um corredor de altos muros de hera, seus pés pisavam em areia fina e clara, e sob sua cabeça brilhavam estrelas num céu que diria preto, se não soubesse que era azul. Olhou assustada ao seu redor e tinha apenas dois caminhos a seguir, o de trás ou o da frente. Desesperada para sair dali, escolheu o caminho da frente por não gostar de voltar e do que pode encontrar no caminho de volta, foi caminhando pé ante pé em frente, buscando inúltilmente em sua frente uma luz que indicasse a saída. Depois de muito andar o corredor deu-se em outro corredor mais curto a esquerda, e outro corredor, e mais outro com dois caminhos, escolheu o da direita e percebeu que alí não havia saída. Sentiu-se presa e um nó desceu um sua garganta ao virar o pescoço, e viu que era necessário voltar. Saiu do corredor com o coração a mil, sentia a mão trepidar e no corredor anterior apressou o passo para o caminho da esquerda, quando percebeu que esse também parava em uma parede de hera. A primeira lágrima caiu dos seus olhos sem nem piscar, e dessa vez ao voltar, girou em círculos, tentou empurrar as paredes, e fez menção de gritar, mas sua voz não saiu. Impotente, correu querendo deixar em seus rastro suas angústias, e foi cruzando corredores e corredores, tendo que voltar outros tantos corredores já percorridos e sem saída, correu cada vez mais rápido buscando liberdade em sua prisão, continuou desesperadamente até dar no que parecia ser o centro do labirinto que dava não para dois, mas para uns quarenta corredores de hera, em seu centro estava uma fonte de pedra. Sem pensar, sem saber o motivo ou o que fazer sentou-se fatigante em sua beirada e olhou de relance até contemplar, a água que movia lentamente em aros que se abriam com o cair de uma gota de suor ou lágrima, refletir o céu, as estrelas, a lua que iluminava seu rosto, suas marcas, seu olhos, e parou em um olhar de espanto enigmático. Suas pupilas curiosas a questionavam sem saber o que perguntar e respondiam no reflexo sem saber o que declarar, e se olhando nos olhos não conseguiu se enxergar. Sua vista ficou sem foco e quando deu por sí, estava onde nunca havia saído, sentada em frente a sua penteadeira, penteando os cabelos e fitando em seus olhos uma angústia sem resposta, uma curiosidade enigmática.