segunda-feira, 29 de setembro de 2008

em dias como hoje, dá um nó na garganta, as coisas aqui dentro dão um rebuliço como se fossem sair pra fora, e uma ansiedade, sabe se lá porque toma conta de mim.

na maior parte do tempo eu me sinto gordo, feio, perdido entre as incertezas do futuro e os objetivos indefinidos. eu tenho 22 anos, como meu irmão fez questão de lembrar, quase 30, e continuo dependendo da minha mãe, ando para trás a nível de maturidade, e cutivo relações falídas. vivo a beira de um ataque de nervos, tenho preguiça das pessoas, vicio em músicas depressivas, faço chantagens emocionais, passo noites em claro, durmo excessivamente, tenho acessos de raiva, auto-depreciação, carência afetiva, e o tédio.

Ah, meu peixe morreu.

domingo, 21 de setembro de 2008

trechos de uma carta...

"A quem possa interessar: Grande parte do que possuía foi vendida ou doada. O que resta, é minha vontade que seja entregue ao meu amigo João; o qual poderá dar a meus pertences o destino que lhe aprouver. Nada deverá ser entregue a qualquer parente meu.

Quanto aos meus restos mortais, suplico encarecidamente; não o torturem com choros, rezas ou velas. É apenas a minha matéria e imploro que a deixem degradando-se em paz. A putrefação não é degradante. Se a humanidade permitisse que a natureza tomasse o seu curso, seria o renascimento da matéria. Eu renasceria no vento que passa a murmurar, nas folhas que farfalham, no solo que abriga e alimenta milhares de seres vivos, na água que corre para o mar nas chuvas que regam os campos, no orvalho que cintila ao luar, nas grandes árvores que abrigam ninhos de passarinhos e que vergam a passagem dos ventos fortes, nos pequenos arbustos que escondem a caça do caçador... Céus! Eu me vingaria se apenas uma de minhas partículas participasse do desabrochar de uma flor ou do canto de um pássaro.

Romântico? Não! Foi o mundo, minha família, meu educador mas principalmente... foi o seio que aconchegou a criança que vinha lhe contar as suas tristezas, máguas, alegrias, pensamentos, e seus desejos íntimos... suas esperanças. A criança crescida quer voltar para lhe contar seus sofrimentos, desilusões, a morte de suas esperanças... para encontrar novamente o aconchego onde poderá descansar sua cabeça cansada e abatida e onde poderá, enfim, chorar as suas lágrimas que não encontram onde chorar. Volto derrotada porque não fui capaz de viver. Trabalhar e estudar não foram suficientes para mim. E foi tudo o que me restou. Prefiro morrer do que viver com a morte dentro de mim. Perdoem-me ..."

mulher asiática, de 27 anos que se matou com um tiro e deixou apenas essa carta manuscrita.

é bonito.

sábado, 20 de setembro de 2008

Eu podia ser como as outras pessoas entediadas que usam blogs e etc para falar mal dos outros. Não que eu não me divirta lendo e fazendo isso, eu até gosto bastante, mas acho que não tenho talento o suficiente. Talvez por isso o meu blog exista por um simples motivo e impulso monotemático; autodepreciação e lamentações do tipo - tô gordo e entediado/preciso ganhar dinheiro e não depender dos meus pais/não sei o que fazer da minha vida - e isso não é legal. As vezes eu sou bem injusto e esqueço de pensar no lado bom das coisas, então, como um processo terapêutico meio fuleiro, hoje eu vou falar das coisas positivas;

Minha família tá bem, eu estudo numa boa universidade, moro na zona sul e compro no zona sul (quem conhece sane que não é barato), vou para o cinema e como fora mais de uma vez por semana, alugo filmes, tenho banda larga e um peixe superdotado, não vivo apertado, já viajei (e quero viajar) bastante, sei mais de 2 idiomas, fui no show do muse esse ano e ainda vou no da madonna, tenho ótimos amigos cá e lá, meu nível de feiura não é dos piores, e quando as coisas ainda assim parecem estar marromenos, o cristo redentor está lá fora de braços abertos pra me confortar.

Tudo bem, ele pode não girar 360º, mas ainda assim é legal.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

proferidos

hoje vim aqui falar sobre o título do meu blog, proferidos, ou melhor - pro-feridos.

Acho que todo dia alguem sai ferido por alguem em algum lugar e não é fácil levantar o rosto continuar a vida, deixar certas coisas e pessoas importantes no passado, não olhar pra trás... eu podia dizer que é nossa obrigação fazer isso, mas eu ainda não aprendi como. Não há como não lembrar, um cheiro, uma música, as vezes a saudade aperta e isso não é algo que dá pra controlar, simplesmente acontece, como respirar. Não dá pra controlar o que se pensa... pelo menos eu não sei como. Fingir que alguem não existe, tentar se ocupar com alguma coisa, te xingar pra me convencer do contrário, por aí vai - o pior é tentar acreditar que vc não presta, porque eu conheço você e eu sei que não é verdade, então não tem motivos. A verdade é que vc é ótima, digna de toda a minha admiração e eu devo ser mesmo uma pessoa muito ruim para você não me querer por perto.

Eu odeio não odiar vc, odeio amar amar vc, odeio não conseguir esquecer, odeio pensar que nossa amizade é grande o suficiente para não me fazer desistir, odeio todo esse clichê (porque vc merece mais que isso), odeio proferir isso aqui, odeio que vc não vá ler isso e sobretudo - odeio que você não se importe.

eu odeio muitas coisas, mas eu ainda amo vc.