sábado, 17 de maio de 2008

o suplício.

Às vezes tenho medo de falar por não saber o que dizer.

Há sentimentos que não sei como dar vazão, como reprensentar, talvez meu vocabulário não seja tão vasto quanto essa complexidade angustiante. Odeio até escrevar essas palavras que definem minha indefinição. Odeio mais ainda ficar calado, guardar esses sentimentos velados dentro de mim. Eu queria escrever aqui os suplícios de amor, as penas condenadas, as tristesas e os abandonos, queria explicar cada lágrima, cada grito, silêncio, eu até tentaria, como já tentei, como tento, em vão.

Odeio as aulas cheia de estudantes intelectualizando e recionalizando os sentimentos de Medéia, a busca de Édipo. Odeio que exista a figura de um professor corrigindo a visão dos outros, dizendo o que é certo ou errado. Odeio essa análise que as pessoas fazem das almas uma das outras e as define, julgam-se donos da profundidade dos outros, das suas próprias. Odeio a auto-definição, como se qualquer um se conhecesse por inteiro. E eu sei que são necessários sentimentos escritos em palavras e um dicionário para tornar tudo aparentente mais fácil.


Hoje eu quero me perder e me achar em você.

(e foda-se a coerência.)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

nada de novo

Hoje me sinto levemente mais calmo. Por mim, preciso aos pouquinhos organizar minhas coisas; a bagunça do quarto, os trabalhos atrasados, as leituras incompletas... e principalmente organizar meu coração, meus sentimentos, minha paciência, etc. Pode parecer piegas, como quase tudo que eu escrevo, mas acho que na vida é assim mesmo, tudo é um pouco de clichê visto sob diversos pontos de vistas tentando sentir diferente, e eu me pergunto, com tantos sentimentos semelhantes pelo mundo, como é que podemos nos sentir tão sós?

domingo, 11 de maio de 2008

cantando na chuva.

Hoje é um daqueles dias que preciso assistir um musical dos anos 40, de preferência com a Judy Garland, Audrey Hepburn ou a divertida Marylin Monroe. Hoje eu preciso sentar num sofá, enrolado num cobertor, bebendo coca-cola, comendo chocolates, e cantando na frente da tv, dançando como se minha vida fosse tão simples e poética quanto as doces músicas da broadway.

Hoje é um daqueles dias em que eu assistiria todos os desenhos do Mickey, Donald e Pateta, em especial o episódio em que eles viajam de trailer - meu favorito de todos -, ou o da foquinha que irrita o Pluto. Hoje eu cantaria todas as canções de desenho animados e sonharia com histórias fabulosas de principe encantados, como se eu fosse o protagonista de uma grande história. Hoje eu assistiria o Kevin gritar com a ardência do perfume no rosto pela miléssima vez, e sonharia em me perder em Nova Iorque - com um cartão de créditos, é claro.

Hoje eu pegaria o bonde de Santa Teresa cantando "The Trolley Song", sopraria bolhas de sabão na jaqueira, e comeria um churro de doce de leite. Viajaria num navio pirata com os goonies, lutaria com mil bonecos de massa, procuraria cartas clow, veria ETs invadirem a terra, lutaria com um sabre de luz, criaria castelos de lego, entraria numa mansão mal assombrada, correria com meu cachorro, desvendaria a pergunta secreta do castelo para brincar com o Nino, torceria para o Doug beijar a Patty Maionesse e leria o prisioneiro deAzkaban.

Hoje seria natal, minha família e amigos estariam todos reunidos e não haveria despedidas, nem amanhã para destruir meu final feliz.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

you son of a bitch!

"Where is this love? I can't see it, I can't touch it. I can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but I can't do anything with your easy words."
"I can't forgive you for giving up on me, on us, for believing in the stupid promises you could't keep. I hope you have learned not to promise what you can't give... What you're doing, I could have done it myself so many times, but you made me believe it was worth trying when I didn`t believe, and now you don't, now you don't love me you just don't care, you went away, but I had to take the decision for you... and I can't believe I ever trusted all your fucking lies"

Dan: And you left him, just like that?
Alice: It's the only way to leave. "I don't love you anymore. Goodbye."
Dan: Supposing you do still love them?
Alice: You don't leave.
Dan: You've never left someone you still love?
Alice: Nope.
.
.
Alice: How? How does it work? How do you do this to someone?
Alice: Why isn't love enough?

Dan: It's not safe out there.
Alice: Oh, and it's safe in here?

Dan: I hate that I'm hurting you.
Alice: Then why are you?

Alice: You still fancy me?
Dan: ...Of course.
Alice: You're lying. I've been you.

terça-feira, 6 de maio de 2008

represa


A chuva cai na cidade fria lavando a sujeira, destruindo barragens...

Nas ruas, as pessoas apressadas, escondem-se embaixo de seus casacos e guarda-chuvas. Em sua intermintencia, o céu permance cinza, meus olhos continuam nublados, esperando a próxima trovoada, pra tempestade cair.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

ligações perdidas

Tento te alcançar através dos números que digito insistentemente, espero o telefone tocar até a mensagem feminina pedir desculpas pela sua ausência, ligo novamente, a mensagem é a mesma, mas a voz me parece cada vez mais constragida ao perceber minha decepção. Espero algumas horas, insistência novamente, você derruba a ligação, ligo uma, duas, três vezes... no seu visor somam inúmeras ligações perdidas, perdidas como nós.

jogado ao acaso.

Ontem foi um dia potencialmente divertido, fazia 19 graus, o suficiente nessa cidade infernal, para chamar de frio e sair por aí com meu pullover escoces e ipod no ouvido. Fui sozinho em busca de uma loja em queima de estoque e comprei quatro cds pelo preço de um (want two, ta-dah, are you listening, e she wants revenge por 37,70 R$) . Saí depois, semsucesso, em busca de cartas a um jovem poeta de Rilke, que tenho procurado a semanas e de fato não é fácil de achar (nessas horas realmente sinto falta da livraria cultura). Para não me prender as músicas melancólicas do Damien Rice que tanto me ilustram, coloquei no shuttle e em vez disso ouvi Madeleine Peyroux e Shakira, que sempre me animam.

Pensei em ir ao cinema assistir sozinho apenas uma vez, mas preferi, apenas uma vez (e isso é uma mentira) tentar em vão mais uma vez.


mas tudo bem, acabei a noite lendo Caio Fernando Abreu e completando assim, meu ciclo cult de solidão.