Às vezes tenho medo de falar por não saber o que dizer.
Há sentimentos que não sei como dar vazão, como reprensentar, talvez meu vocabulário não seja tão vasto quanto essa complexidade angustiante. Odeio até escrevar essas palavras que definem minha indefinição. Odeio mais ainda ficar calado, guardar esses sentimentos velados dentro de mim. Eu queria escrever aqui os suplícios de amor, as penas condenadas, as tristesas e os abandonos, queria explicar cada lágrima, cada grito, silêncio, eu até tentaria, como já tentei, como tento, em vão.
Odeio as aulas cheia de estudantes intelectualizando e recionalizando os sentimentos de Medéia, a busca de Édipo. Odeio que exista a figura de um professor corrigindo a visão dos outros, dizendo o que é certo ou errado. Odeio essa análise que as pessoas fazem das almas uma das outras e as define, julgam-se donos da profundidade dos outros, das suas próprias. Odeio a auto-definição, como se qualquer um se conhecesse por inteiro. E eu sei que são necessários sentimentos escritos em palavras e um dicionário para tornar tudo aparentente mais fácil.
Hoje eu quero me perder e me achar em você.
(e foda-se a coerência.)
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