a gente acha que as coisas nunca mudam; o Brasil não vai pra frente, as pessoas continuam as mesmas, e a dona Maria sempre vai estar acenando da janela da frente.
mas o tempo, que é traiçoeiro, faz-se tartaruga nos segundos, lebre nos dias e bum - passam-se os anos e o tempo já não é o mesmo quando se olha para trás.
o Brasil parece correr mais depressa, as pessoas são outras (em todos os sentidos) e embora a dona Maria continue acenando da janela, você já não está mais lá pra ver.
o tempo passa e vai com ele o seu cheiro - mudam-se até as coisas imutáveis.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
em dias como hoje, dá um nó na garganta, as coisas aqui dentro dão um rebuliço como se fossem sair pra fora, e uma ansiedade, sabe se lá porque toma conta de mim.
na maior parte do tempo eu me sinto gordo, feio, perdido entre as incertezas do futuro e os objetivos indefinidos. eu tenho 22 anos, como meu irmão fez questão de lembrar, quase 30, e continuo dependendo da minha mãe, ando para trás a nível de maturidade, e cutivo relações falídas. vivo a beira de um ataque de nervos, tenho preguiça das pessoas, vicio em músicas depressivas, faço chantagens emocionais, passo noites em claro, durmo excessivamente, tenho acessos de raiva, auto-depreciação, carência afetiva, e o tédio.
Ah, meu peixe morreu.
na maior parte do tempo eu me sinto gordo, feio, perdido entre as incertezas do futuro e os objetivos indefinidos. eu tenho 22 anos, como meu irmão fez questão de lembrar, quase 30, e continuo dependendo da minha mãe, ando para trás a nível de maturidade, e cutivo relações falídas. vivo a beira de um ataque de nervos, tenho preguiça das pessoas, vicio em músicas depressivas, faço chantagens emocionais, passo noites em claro, durmo excessivamente, tenho acessos de raiva, auto-depreciação, carência afetiva, e o tédio.
Ah, meu peixe morreu.
domingo, 21 de setembro de 2008
trechos de uma carta...
"A quem possa interessar: Grande parte do que possuía foi vendida ou doada. O que resta, é minha vontade que seja entregue ao meu amigo João; o qual poderá dar a meus pertences o destino que lhe aprouver. Nada deverá ser entregue a qualquer parente meu.
Quanto aos meus restos mortais, suplico encarecidamente; não o torturem com choros, rezas ou velas. É apenas a minha matéria e imploro que a deixem degradando-se em paz. A putrefação não é degradante. Se a humanidade permitisse que a natureza tomasse o seu curso, seria o renascimento da matéria. Eu renasceria no vento que passa a murmurar, nas folhas que farfalham, no solo que abriga e alimenta milhares de seres vivos, na água que corre para o mar nas chuvas que regam os campos, no orvalho que cintila ao luar, nas grandes árvores que abrigam ninhos de passarinhos e que vergam a passagem dos ventos fortes, nos pequenos arbustos que escondem a caça do caçador... Céus! Eu me vingaria se apenas uma de minhas partículas participasse do desabrochar de uma flor ou do canto de um pássaro.
Romântico? Não! Foi o mundo, minha família, meu educador mas principalmente... foi o seio que aconchegou a criança que vinha lhe contar as suas tristezas, máguas, alegrias, pensamentos, e seus desejos íntimos... suas esperanças. A criança crescida quer voltar para lhe contar seus sofrimentos, desilusões, a morte de suas esperanças... para encontrar novamente o aconchego onde poderá descansar sua cabeça cansada e abatida e onde poderá, enfim, chorar as suas lágrimas que não encontram onde chorar. Volto derrotada porque não fui capaz de viver. Trabalhar e estudar não foram suficientes para mim. E foi tudo o que me restou. Prefiro morrer do que viver com a morte dentro de mim. Perdoem-me ..."
mulher asiática, de 27 anos que se matou com um tiro e deixou apenas essa carta manuscrita.
é bonito.
Quanto aos meus restos mortais, suplico encarecidamente; não o torturem com choros, rezas ou velas. É apenas a minha matéria e imploro que a deixem degradando-se em paz. A putrefação não é degradante. Se a humanidade permitisse que a natureza tomasse o seu curso, seria o renascimento da matéria. Eu renasceria no vento que passa a murmurar, nas folhas que farfalham, no solo que abriga e alimenta milhares de seres vivos, na água que corre para o mar nas chuvas que regam os campos, no orvalho que cintila ao luar, nas grandes árvores que abrigam ninhos de passarinhos e que vergam a passagem dos ventos fortes, nos pequenos arbustos que escondem a caça do caçador... Céus! Eu me vingaria se apenas uma de minhas partículas participasse do desabrochar de uma flor ou do canto de um pássaro.
Romântico? Não! Foi o mundo, minha família, meu educador mas principalmente... foi o seio que aconchegou a criança que vinha lhe contar as suas tristezas, máguas, alegrias, pensamentos, e seus desejos íntimos... suas esperanças. A criança crescida quer voltar para lhe contar seus sofrimentos, desilusões, a morte de suas esperanças... para encontrar novamente o aconchego onde poderá descansar sua cabeça cansada e abatida e onde poderá, enfim, chorar as suas lágrimas que não encontram onde chorar. Volto derrotada porque não fui capaz de viver. Trabalhar e estudar não foram suficientes para mim. E foi tudo o que me restou. Prefiro morrer do que viver com a morte dentro de mim. Perdoem-me ..."
mulher asiática, de 27 anos que se matou com um tiro e deixou apenas essa carta manuscrita.
é bonito.
sábado, 20 de setembro de 2008
Eu podia ser como as outras pessoas entediadas que usam blogs e etc para falar mal dos outros. Não que eu não me divirta lendo e fazendo isso, eu até gosto bastante, mas acho que não tenho talento o suficiente. Talvez por isso o meu blog exista por um simples motivo e impulso monotemático; autodepreciação e lamentações do tipo - tô gordo e entediado/preciso ganhar dinheiro e não depender dos meus pais/não sei o que fazer da minha vida - e isso não é legal. As vezes eu sou bem injusto e esqueço de pensar no lado bom das coisas, então, como um processo terapêutico meio fuleiro, hoje eu vou falar das coisas positivas;
Minha família tá bem, eu estudo numa boa universidade, moro na zona sul e compro no zona sul (quem conhece sane que não é barato), vou para o cinema e como fora mais de uma vez por semana, alugo filmes, tenho banda larga e um peixe superdotado, não vivo apertado, já viajei (e quero viajar) bastante, sei mais de 2 idiomas, fui no show do muse esse ano e ainda vou no da madonna, tenho ótimos amigos cá e lá, meu nível de feiura não é dos piores, e quando as coisas ainda assim parecem estar marromenos, o cristo redentor está lá fora de braços abertos pra me confortar.
Tudo bem, ele pode não girar 360º, mas ainda assim é legal.
Minha família tá bem, eu estudo numa boa universidade, moro na zona sul e compro no zona sul (quem conhece sane que não é barato), vou para o cinema e como fora mais de uma vez por semana, alugo filmes, tenho banda larga e um peixe superdotado, não vivo apertado, já viajei (e quero viajar) bastante, sei mais de 2 idiomas, fui no show do muse esse ano e ainda vou no da madonna, tenho ótimos amigos cá e lá, meu nível de feiura não é dos piores, e quando as coisas ainda assim parecem estar marromenos, o cristo redentor está lá fora de braços abertos pra me confortar.
Tudo bem, ele pode não girar 360º, mas ainda assim é legal.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
proferidos
hoje vim aqui falar sobre o título do meu blog, proferidos, ou melhor - pro-feridos.
Acho que todo dia alguem sai ferido por alguem em algum lugar e não é fácil levantar o rosto continuar a vida, deixar certas coisas e pessoas importantes no passado, não olhar pra trás... eu podia dizer que é nossa obrigação fazer isso, mas eu ainda não aprendi como. Não há como não lembrar, um cheiro, uma música, as vezes a saudade aperta e isso não é algo que dá pra controlar, simplesmente acontece, como respirar. Não dá pra controlar o que se pensa... pelo menos eu não sei como. Fingir que alguem não existe, tentar se ocupar com alguma coisa, te xingar pra me convencer do contrário, por aí vai - o pior é tentar acreditar que vc não presta, porque eu conheço você e eu sei que não é verdade, então não tem motivos. A verdade é que vc é ótima, digna de toda a minha admiração e eu devo ser mesmo uma pessoa muito ruim para você não me querer por perto.
Eu odeio não odiar vc, odeio amar amar vc, odeio não conseguir esquecer, odeio pensar que nossa amizade é grande o suficiente para não me fazer desistir, odeio todo esse clichê (porque vc merece mais que isso), odeio proferir isso aqui, odeio que vc não vá ler isso e sobretudo - odeio que você não se importe.
eu odeio muitas coisas, mas eu ainda amo vc.
Acho que todo dia alguem sai ferido por alguem em algum lugar e não é fácil levantar o rosto continuar a vida, deixar certas coisas e pessoas importantes no passado, não olhar pra trás... eu podia dizer que é nossa obrigação fazer isso, mas eu ainda não aprendi como. Não há como não lembrar, um cheiro, uma música, as vezes a saudade aperta e isso não é algo que dá pra controlar, simplesmente acontece, como respirar. Não dá pra controlar o que se pensa... pelo menos eu não sei como. Fingir que alguem não existe, tentar se ocupar com alguma coisa, te xingar pra me convencer do contrário, por aí vai - o pior é tentar acreditar que vc não presta, porque eu conheço você e eu sei que não é verdade, então não tem motivos. A verdade é que vc é ótima, digna de toda a minha admiração e eu devo ser mesmo uma pessoa muito ruim para você não me querer por perto.
Eu odeio não odiar vc, odeio amar amar vc, odeio não conseguir esquecer, odeio pensar que nossa amizade é grande o suficiente para não me fazer desistir, odeio todo esse clichê (porque vc merece mais que isso), odeio proferir isso aqui, odeio que vc não vá ler isso e sobretudo - odeio que você não se importe.
eu odeio muitas coisas, mas eu ainda amo vc.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
O ideograma chinês para crise é representado por dois kanjis, um representa perigo, e o outro oportunidade. O que quero dizer, é que momentos de crise são necessários. Sem eles estaríamos fadados a uma vida destituída de todos os sentimentos que nos caracterizam como seres humanos, ou seja, errantes.
Ninguem é perfeito e errar é inevitável, o que nos diferencia é capacidade de assumir e aprender com nossos erros.
Logo, em um momento de crise estamos no meio de uma gangorra, em um dos lados está o perigo, e no outro está a oportunidade, no meio, onde tentamos a todo custo não cair e nos manter equilibrados, os dois sentimentos convivem numa guerra.
A vida é assim, não há perdas sem ganhos, ganhos sem perdas - não há oportunidade sem o risco, e não há risco sem oportunidade, e as vezes para viver, temos que morrer um pouquinho. É nosso dever, em respeito a nós mesmos, descobrir em que lado o perigo e oportunidade estão e que lado nós vamos pender.
Eu não sou dono da razão, nem tenho muita certeza das coisas, mas for now, that's what I choose to believe.
sábado, 26 de julho de 2008
Hoje assitindo o último episódio da segunda temporada de sex and the city, eu comecei, como sempre, a fazer as associações com os acontecimentos traumáticos que constituem a minha vida, para perceber - nadadenovo, apenas constatar que eu realmente nunca consegui superar tantas coisas e pessoas que aconteceram na minha vida.
eu não consigo superar nada, as mágoas vivem dentro de mim simplesmente because i can't let go. Eu não sei deixar as pessoas irem, os sentimentos morrerem, e aí eu vou vivendo das memórias do passado, morrendo de saudades, vivendo do eco do amor que as pessoas sentiam por mim e não sentem mais, and that i don't get, i can't accept.
Eu não entendo porque as pessoas deixaram de se importar se eu dei tudo de mim, da maneira mais sincera possível com a melhor das intenções. Talvez eu seja mesmo uma pessoa muito difícil de domar e de conviver, maybe I'm not that lovable, but I still feel betrayed for loving someone who has left me and keeping the love after we're apart.
The thing is - to get over someone means putting them behind, somewhere between a lost file, or a jpg. picture saved in a old scretched out cd. It means letting them die inside of you - and I'm really not sure what hurts more; the emptyness of not loving someone anymore, or the ressentiment for not getting over them after they're gone.
well, fuck them - and i wish i really meant it.
Eu acho que eu seria uma ótima fonte de renda para um psicólogo (se eu acreditasse em terapia).
eu não consigo superar nada, as mágoas vivem dentro de mim simplesmente because i can't let go. Eu não sei deixar as pessoas irem, os sentimentos morrerem, e aí eu vou vivendo das memórias do passado, morrendo de saudades, vivendo do eco do amor que as pessoas sentiam por mim e não sentem mais, and that i don't get, i can't accept.
Eu não entendo porque as pessoas deixaram de se importar se eu dei tudo de mim, da maneira mais sincera possível com a melhor das intenções. Talvez eu seja mesmo uma pessoa muito difícil de domar e de conviver, maybe I'm not that lovable, but I still feel betrayed for loving someone who has left me and keeping the love after we're apart.
The thing is - to get over someone means putting them behind, somewhere between a lost file, or a jpg. picture saved in a old scretched out cd. It means letting them die inside of you - and I'm really not sure what hurts more; the emptyness of not loving someone anymore, or the ressentiment for not getting over them after they're gone.
well, fuck them - and i wish i really meant it.
Eu acho que eu seria uma ótima fonte de renda para um psicólogo (se eu acreditasse em terapia).
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